O
que fazer depois da conversão de alguém que não conhecia o Altíssimo, que vivia
morto em seu vazio existencial, uma vida ‘morta’ sem sentido, buscando
preencher sua alma com os prazeres carnais. Se converte ao ouvir a voz do
Espírito, se quebranta, o coração sente algo que nunca sentira antes, valores
que, até então, não os conhecia. Se converte e passa a viver de forma santa,
caminhando de maneira totalmente oposta ao mundo, cheio do Espírito do Senhor,
frequentando a Casa do Senhor com alegria.
Mas,
então vem a questão: o que fazer depois da conversão? Viver se santificando?
O
que fazer depois da conversão? Esperar a volta do Senhor?
Me
vem à mente o ‘ide’.
Ecoa
ide, ‘ide, fazei discípulos’ (Mt 28.19)
A
(grande) missão da Igreja é: ir e fazer discípulos; que receberão a missão e
serão os próximos discipuladores. A igreja existe para adorar o Senhor e,
alcançar o perdido, tornando-o discipulo/discipulador. Isso é Igreja! É
cíclico.
Quando
alguém se converte, começa a frequentar uma denominação cristã, com sua
liturgia de culto, seus ritos e símbolos. Porém, Igreja, não é tão somente
isso; mas é muito mais que isso. Se analisarmos a história da igreja, desde
Atos 2, perceberemos que não havia essa ideia que temos de igreja como um local
‘social’ de cultuar ao Senhor. A igreja era a união dos servos (agora filhos)
independente de onde estavam, eram a Igreja.
A
visão ‘minha’ denominação não existia, havia um povo que vivia e pregava
Cristo. Um povo que creu que Jesus era (é) o Cristo. Um povo que tinha sua vida
pautada nos ensinos do Mestre. Eles eram identificados por serem seguidores do
Caminho (Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho Jo 14.6). Foram chamados de cristãos
por serem/viverem como Cristo.
Não
havia a distinção entre Paulo, Pedro, Timóteo, Lucas ou qualquer outro
discípulo, pois; o centro de tudo residia em um tão somente, Jesus o Senhor. Não
havia cristão reformado, pentecostal, neopentecostal, ortodoxo, luterano,
batista, metodista, enfim. Não estou criticando as denominações, em absoluto. O
que desejo é que cada cristão obedeça ao Senhor, no que tange ‘ser’ Igreja.
Muitos de nós, chamados de cristão, não temos entendido que o Senhor não nos
chamou para ficarmos entre quatro paredes (as quais chamamos ‘igreja’), mas para
sermos Igreja; aquela qual tem uma promessa que nos qualifica à vitória no IDE
de Jesus, que é ‘edificarei
a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela’ (Mt 16.18).
Isso denota que o
inferno tenta fechar as portas para que não avancemos contra e, possamos
saquear trazendo os despojos da guerra; neste caso pessoas. São seres humanos
que estão aprisionados em cadeias infernais, vidas que satanás tem trazido
acorrentado. E, há somente uma forma de alcançar os perdidos, que é a
obediência na convocação do Mestre quando o mesmo nos manda ‘‘ide,
fazei discípulos’.
Não
há Igreja denominacional (embora haja ‘i’greja denominacional). A Igreja é o
corpo mítico de Cristo (que é a cabeça). E, fazendo a leitura bíblica percebe-se
(é evidente) que Jesus, quando aqui esteve, se preocupou em pregar/ensinar para
que as pessoas fossem libertas das forças das trevas. Se estudamos as
Escrituras, ficará evidente e urgente, que devemos sair das quatro paredes e
irmos até o perdido. Não foi isso que Jesus fez quando desceu/saiu da morada
celestial? Desceu até nós (perdidos) e pregou trazendo a salvação? Não é isso a
vontade do Senhor? Que se vá até o perdido? Não é isso o IDE do Senhor à
Igreja?
Muitos
de nós entendemos o IDE de Jesus como um chamado à Igreja, porém, não é um
chamado, antes é, uma ORDEM. O chamado é ao perdido ‘Vinde a
mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei’ (Mt 11.28).
Mas, a questão é ‘como, pois, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão
naquele de quem não ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue?’ (Rm
10.14).
E quem é
que prega, senão a Igreja?
Então,
o que fazer depois da conversão?
Senão,
ir até o perdido e direcionar o Caminho?
Fica
este texto para reflexão da Igreja.
Vagner
Oliveira