domingo, 23 de abril de 2017

CASAMENTO - um reflexo de compromisso espiritual




O casamento humano (homem/mulher) é uma prefigura da relação entre o ser humano e Deus. Refiro-me a união que torna os dois (homem/mulher) uma só carne, ou seja; compartilham de todas as coisas, vivem em comum acordo, com os mesmos sonhos, projetos e ideais; vivem (para) sempre juntos (até à morte).

O casamento foi instituído por Deus de forma a ser indissolúvel. Mesmo que alguém diga "não tem sido assim"; o propósito divino é imutável, por natureza. Embora haja (muitos) cristãos separando-se atualmente; este nunca fora o propósito do casamento. Já vi pastor dizendo que o que é ‘eterno’ é o amor e, não o casamento (algo absurdo).

À priori, Deus criou a mulher para se unir a seu marido e tornando-se uma só carne; portanto, não deveria haver a separação. Se é somente um (uma só carne), é indivisível. Dividir seria amputar, cortar, mutilar – um membro. Tudo que Deus faz é eterno.

O casamento cristão é figura da união entre o ser humano e Deus, sendo assim; é indissolúvel (a união cristã com o Senhor é indissolúvel e eterna). O respeito aos votos matrimoniais corresponde - guardada as devidas proporções - aos votos da conversão (sou salvo; o Senhor nunca – em hipótese alguma – me deixará).

Um cristão faz os votos do matrimônio, promete cuidar e proteger sua esposa e lhe ser fiel até a morte, mas com o passar do tempo tais promessas caem no esquecimento - aqui quero fazer uma correlação entre o matrimônio humano com a união espiritual entre o homem e Deus.

Atualmente a igreja cristã/evangélica tem aceitado como comum a dissolução do casamento, como sendo algo extremamente normal. MAS, NÃO O É; biblicamente.

Paulo se dirigindo aos efésios, deixa isso que aludo, em evidência:
Efésios 5
25 Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela,
27 para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito.
28a Assim também os maridos devem amar a sua mulher como ao próprio corpo.
31 Eis por que deixará o homem a seu pai e a sua mãe e se unirá à sua mulher, e se tornarão os dois uma só carne.
32 Grande é este mistério, mas eu me refiro a Cristo e à igreja.

Perceba que Paulo começa falando sobre o casamento homem/mulher, discursando sobre a temática do mesmo; mas no término refere-se ao ‘mistério’ da união do cristão com seu Senhor. 

  •  O que leva Paulo a terminar seu discurso desta forma?

  •  Ele começa orientando os casais, mas depois ‘muda’ o discurso alegando estar se referindo ao caminhar com Senhor? 
  • Por que essa mudança? 
  • Paulo se perdeu no discurso? 
  • Ele começa falando de algo ‘terreno’, mas o ‘espiritual’ era mais importante, por isso ele termina ‘mudando’ a temática (união com Deus)?


Traçando uma alegoria entre o casamento e a comunhão com o Senhor; creio, indubitavelmente, que Paulo estava com seu discurso mostrando que a mesma disposição que temos quando assumimos o compromisso da conversão é a qual temos (ou devemos/deveríamos ter) para com a relação de união conjugal. Como dito acima: Um cristão faz os votos do matrimônio (união/uma só carne), promete (decisão - Cristo) cuidar e proteger (andar, compartilhar, dispor, renunciar-se, entre outros) sua esposa e lhe ser fiel até a morte (ATÉ À MORTE). Isso é conversão.

Agora, talvez, você esteja pensando se estou me referindo ao casamento ou a conversão cristã. Mas, é justamente este o ponto culminante. A banalização do casamento em meio à igreja cristã/evangélica tem refletido o tipo de conversão que temos em nosso meio cristão! E, é aqui, que quero levantar um ponto para a igreja contemporânea refletir, e quem sabe, despertar para o compromisso do casamento cristão sério e pautado em preceitos bíblicos. Não há a mínima possibilidade de aceitarmos a união entre um homem (servo do Senhor) e uma mulher (serva do Senhor) crendo que ‘o que Deus ajuntou não o separe o homem’ (isso foi o que o nosso Senhor Jesus falou sobre o casamento), e ao mesmo tempo aceitarmos como normal a desunião dos casais como muitas igrejas tem aceitado. É incondizente com as Sagradas Escrituras.

Vejamos o que o nosso Senhor Jesus falou quando foi interpelado sobre o assunto da dissolução matrimonial:

Mt 19
3 Vieram a ele alguns fariseus e o experimentavam, perguntando: É lícito ao marido repudiar a sua mulher por qualquer motivo?
4 Então, respondeu ele: Não tendes lido que o Criador, desde o princípio, os fez homem e mulher
5 e que disse: Por esta causa deixará o homem pai e mãe e se unirá a sua mulher, tornando-se os dois uma só carne?
6 De modo que já não são mais dois, porém uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem.

Esta foi a resposta do Senhor para os fariseus: “... já não são mais dois. Portando o que Deus juntou não separe o homem.”A resposta é clara, Deus não criou o casamento para que viesse a ser desfeito. E o verso 6, deixa evidente que a separação matrimonial parte do homem (ser humano). Deus junta. O homem separa.

Agora, vejamos, há uma situação em que o Senhor ‘permite’ a separação:

Mt 19
7 Replicaram-lhe: Por que mandou, então, Moisés dar carta de divórcio e repudiar?
8 Respondeu-lhes Jesus: Por causa da dureza do vosso coração é que Moisés vos permitiu repudiar vossa mulher; entretanto, não foi assim desde o princípio.
9 Eu, porém, vos digo: quem repudiar sua mulher, não sendo por causa de relações sexuais ilícitas, e casar com outra comete adultério e o que casar com a repudiada comete adultério.

Perceba que quem permitiu a separação foi Moisés, mas o Senhor Jesus diz “entretanto, não foi assim desde o princípio”. É evidente que Moisés o permitiu com o aval de Deus, mas deixo claro que: há vontade soberana e a vontade permissiva de Deus (não entrando aqui nestas teologias). Mas, há situações em que Deus permite algo, mesmo não sendo do total agrado (?) dele. E, uma dessas situações é demonstrada aqui, sobre o casamento; ou melhor, sobre a dissolução do mesmo, em face à dureza do nosso coração em perdoar (verso 8).

Mas, a igreja contemporânea, tem aceitado a dissolução do matrimônio por qualquer motivo que se lhe apresente. É certo que alguém possa pensar que a igreja não aceita a separação dos casais, mas é só dar uma pesquisada para constatar que até pastores (incluindo todos que fazem parte clero) tem se separado de suas esposas e, continuam em sua posição eclesial. 

Pergunto: se Jesus estivesse em nosso meio atualmente, o que ele diria para estes? 


  • Jesus teria outra disposição para tratar da dissolução matrimonial? 
  • Aceitaria as (pseudas) alegações de nossos dias como validas para aceitar a separação em nosso contexto atual? 
  • Ou; o que me apresenta como o mais plausível, diria: “Não tendes lido que o Criador, desde o princípio, os fez homem e mulher e que disse: Por esta causa deixará o homem pai e mãe e se unirá a sua mulher, tornando-se os dois uma só carne? De modo que já não são mais dois, porém uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem.”




Conclusão
 
A forma como temos tratado a questão do casamento é um reflexo do nosso comprometimento com o Senhor nosso Deus.
Se não honramos aquela/aquele que o Senhor nos uniu, nos fazendo uma só carne; não estaremos honrando aquele que se uniu a nós por meio da cruz de Cristo (Deus).
Devemos amar nossas esposas como Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela (Ef 5.25).
A igreja contemporânea deve rever seus valores e, não contemporanizar tais valores segundo o curso desta geração.

Reflita sobre a temática aqui apresentada, com um olhar crítico, sobre a forma da igreja se posicionar frente à perspectiva de se ver a relação casamento/igreja da atualidade.

                                                                      
Vagner Oliveira




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