O casamento humano (homem/mulher) é uma
prefigura da relação entre o ser humano e Deus. Refiro-me a união que torna os
dois (homem/mulher) uma só carne, ou seja; compartilham de todas as coisas,
vivem em comum acordo, com os mesmos sonhos, projetos e ideais; vivem (para)
sempre juntos (até à morte).
O casamento foi instituído por Deus de
forma a ser indissolúvel. Mesmo que alguém diga "não tem sido assim"; o propósito
divino é imutável, por natureza. Embora haja (muitos) cristãos separando-se
atualmente; este nunca fora o propósito do casamento. Já vi pastor dizendo que
o que é ‘eterno’ é o amor e, não o casamento (algo absurdo).
À priori, Deus criou a mulher para se
unir a seu marido e tornando-se uma só carne; portanto, não deveria haver a
separação. Se é somente um (uma só carne), é indivisível. Dividir seria
amputar, cortar, mutilar – um membro. Tudo que Deus faz é eterno.
O casamento cristão é figura da união
entre o ser humano e Deus, sendo assim; é indissolúvel (a união cristã com o
Senhor é indissolúvel e eterna). O respeito aos votos matrimoniais corresponde -
guardada as devidas proporções - aos votos da conversão (sou salvo; o Senhor
nunca – em hipótese alguma – me deixará).
Um cristão faz os votos do matrimônio,
promete cuidar e proteger sua esposa e lhe ser fiel até a morte, mas com o
passar do tempo tais promessas caem no esquecimento - aqui quero fazer uma
correlação entre o matrimônio humano com a união espiritual entre o homem e
Deus.
Atualmente a igreja cristã/evangélica
tem aceitado como comum a dissolução do casamento, como sendo algo extremamente
normal. MAS, NÃO O É; biblicamente.
Paulo se dirigindo aos efésios, deixa
isso que aludo, em evidência:
Efésios
5
25 Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a
igreja e a si mesmo se entregou por ela,
27 para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem
mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito.
28a Assim
também os maridos devem amar a sua mulher como ao próprio corpo.
31 Eis por que deixará o homem a seu pai e a sua mãe e
se unirá à sua mulher, e se tornarão os dois uma só carne.
32 Grande é este mistério, mas eu me refiro a Cristo e à
igreja.
Perceba que Paulo começa falando sobre o casamento
homem/mulher, discursando sobre a temática do mesmo; mas no término refere-se
ao ‘mistério’ da união do cristão com seu Senhor.
- O que leva Paulo a terminar seu discurso desta forma?
- Ele começa orientando os casais, mas depois ‘muda’ o discurso alegando estar se referindo ao caminhar com Senhor?
- Por que essa mudança?
- Paulo se perdeu no discurso?
- Ele começa falando de algo ‘terreno’, mas o ‘espiritual’ era mais importante, por isso ele termina ‘mudando’ a temática (união com Deus)?
Traçando uma alegoria entre o casamento e a comunhão com o
Senhor; creio, indubitavelmente, que Paulo estava com seu discurso mostrando
que a mesma disposição que temos quando assumimos o compromisso da conversão é
a qual temos (ou devemos/deveríamos ter) para com a relação de união conjugal. Como
dito acima: Um cristão faz os votos do matrimônio (união/uma só carne), promete
(decisão - Cristo) cuidar e proteger (andar, compartilhar, dispor,
renunciar-se, entre outros) sua esposa e lhe ser fiel até a morte (ATÉ À
MORTE). Isso é conversão.
Agora, talvez, você esteja pensando se estou me referindo ao
casamento ou a conversão cristã. Mas, é justamente este o ponto culminante. A
banalização do casamento em meio à igreja cristã/evangélica tem refletido o
tipo de conversão que temos em nosso meio cristão! E, é aqui, que quero
levantar um ponto para a igreja contemporânea refletir, e quem sabe, despertar
para o compromisso do casamento cristão sério e pautado em preceitos bíblicos.
Não há a mínima possibilidade de aceitarmos a união entre um homem (servo do
Senhor) e uma mulher (serva do Senhor) crendo que ‘o que Deus ajuntou não o
separe o homem’
(isso foi o que o nosso Senhor Jesus falou sobre o casamento), e ao mesmo tempo
aceitarmos como normal a desunião dos casais como muitas igrejas tem aceitado.
É incondizente com as Sagradas Escrituras.
Vejamos o que o nosso Senhor Jesus falou quando foi
interpelado sobre o assunto da dissolução matrimonial:
Mt 19
3 Vieram a ele alguns fariseus e o experimentavam,
perguntando: É lícito ao marido repudiar a sua mulher por qualquer motivo?
4 Então, respondeu ele: Não tendes lido que o Criador,
desde o princípio, os fez homem e mulher
5 e que disse: Por esta causa deixará o homem pai e mãe
e se unirá a sua mulher, tornando-se os dois uma só carne?
6 De modo que já não são mais dois, porém uma só carne.
Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem.
Esta foi a resposta do Senhor para os fariseus: “... já não são mais
dois. Portando o que Deus juntou não separe o homem.”A resposta é clara, Deus não criou o casamento para que viesse a ser
desfeito. E o verso 6, deixa evidente que a separação matrimonial parte do
homem (ser humano). Deus junta. O homem separa.
Agora, vejamos, há uma situação em que o Senhor ‘permite’ a separação:
Mt 19
7 Replicaram-lhe: Por que mandou, então, Moisés dar
carta de divórcio e repudiar?
8 Respondeu-lhes Jesus: Por causa da dureza do vosso
coração é que Moisés vos permitiu repudiar vossa mulher; entretanto, não foi
assim desde o princípio.
9 Eu, porém, vos digo: quem repudiar sua mulher, não
sendo por causa de relações sexuais ilícitas, e casar com outra comete
adultério e o que casar com a repudiada comete adultério.
Perceba que quem permitiu a separação foi Moisés, mas o
Senhor Jesus diz “entretanto, não foi assim desde o princípio”. É evidente que
Moisés o permitiu com o aval de Deus, mas deixo claro que: há vontade soberana
e a vontade permissiva de Deus (não entrando aqui nestas teologias). Mas, há
situações em que Deus permite algo, mesmo não sendo do total agrado (?) dele.
E, uma dessas situações é demonstrada aqui, sobre o casamento; ou melhor, sobre
a dissolução do mesmo, em face à dureza do nosso coração em perdoar (verso 8).
Mas, a igreja contemporânea, tem aceitado a dissolução do
matrimônio por qualquer motivo que se lhe apresente. É certo que alguém possa
pensar que a igreja não aceita a separação dos casais, mas é só dar uma
pesquisada para constatar que até pastores (incluindo todos que fazem parte
clero) tem se separado de suas esposas e, continuam em sua posição eclesial.
Pergunto: se Jesus estivesse em nosso meio atualmente, o que ele diria para
estes?
- Jesus teria outra disposição para tratar da dissolução matrimonial?
- Aceitaria as (pseudas) alegações de nossos dias como validas para aceitar a separação em nosso contexto atual?
- Ou; o que me apresenta como o mais plausível, diria: “Não tendes lido que o Criador, desde o princípio, os fez homem e mulher e que disse: Por esta causa deixará o homem pai e mãe e se unirá a sua mulher, tornando-se os dois uma só carne? De modo que já não são mais dois, porém uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem.”
Conclusão
A forma como temos tratado a questão do casamento é um
reflexo do nosso comprometimento com o Senhor nosso Deus.
Se não honramos aquela/aquele que o Senhor nos uniu, nos
fazendo uma só carne; não estaremos honrando aquele que se uniu a nós por meio
da cruz de Cristo (Deus).
Devemos amar nossas esposas como Cristo amou a igreja e a si
mesmo se entregou por ela (Ef 5.25).
A igreja contemporânea deve rever seus valores e, não contemporanizar
tais valores segundo o curso desta geração.
Reflita sobre a temática aqui apresentada, com um olhar
crítico, sobre a forma da igreja se posicionar frente à perspectiva de se ver a
relação casamento/igreja da atualidade.
Vagner
Oliveira