domingo, 29 de janeiro de 2017

VOCÊ SE ACHA JUSTO? DIGNO DE SER ABENÇOADO?



Hoje em dia as pessoas acham que por ser ‘justas’ serão abençoadas. Até as pregações em muitos púlpitos nos levam a pensar assim; pois muitos pregadores chegam ao ponto de dizer que temos ‘direito’ das bênçãos de Deus por fazermos as coisas de forma correta, a forma que agrada a Deus. Portanto o Senhor fica obrigado a nos abençoar. Isso é absurdo.

Nós não somos justos, de forma alguma; muito pelo contrário somos miseráveis, somos corruptos, em nosso corpo habita o pecado que é a ofensa a Deus. Isso é tão real; que necessitamos nascer de novo, porque somos carnais (materiais).

É certo que um cristão nascido de novo pode dizer ‘mas se sou convertido, sou justo diante do Senhor; assim Deus tem que me abençoar’. Não se engane; você não é justo como pensa; mas você é justificado em Cristo Jesus, o sacrifício de Jesus é que te torna justo. 

Temos uma parábola bíblica (Lc 18) sobre dois homens que foram ao templo para orar.

Um fariseu que orava ‘Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros, nem ainda como este publicano; jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho.

E um publicano que se quer ousou levantar os olhos ao céu para orar por se achar indigno e batendo no peito dizia ‘Ó Deus, sê propício a mim, pecador!

E o Senhor Jesus dize que o publicano ‘desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque todo o que se exalta será humilhado; mas o que se humilha será exaltado.

Veja bem que o Senhor não disse que o fariseu estava mentindo quando dizia que não era roubador, injusto ou adúltero; ou que jejuava duas vezes por semana e dava o dízimo.

Já o publicano reconheceu a necessidade do socorro do Senhor, reconhecendo assim que era injusto. E este ‘desceu justificado’.

Perceba que não é o que fazemos, mas o reconhecimento de que nada somos e que dependemos da misericórdia divina. E não estou aqui dizendo que então não necessitamos agir corretamente (até porque isso é o mínimo que devemos fazer).  Mas só seremos justificamos pelo Senhor. A justiça em nós é a justiça de Cristo e, não a nossa justiça. E é por isso que somos salvos da ira divina, do castigo eterno. Deus olha para nós é vê a justiça divina imputada em nós através da cruz.

Isaías (64.6) retrata com muita propriedade a questão da justiça humana; quando diz que a nossa justiça é ‘trapo de imundícia’.

Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças, como trapo da imundícia”.

E para que serve um trapo imundo, senão para ser jogado no lixo? Essa é a situação da nossa justiça ante Deus!

O verso 5 de Isaías 64 diz “Sais ao encontro daquele que com alegria pratica justiça, daqueles que se lembram de ti nos teus caminhos; eis que te iraste, porque pecamos;...”.

De certa forma profética, para nossos dias, o texto diz que Deus sai contra aquele que com alegria pratica justiça, contra aqueles que se lembram do Senhor nos seus caminhos. 

É o que muitos fazem quando vão até a igreja alegres esperando uma palavra de benção e vitória para sua vida, para seus caminhos. O Senhor vem com ira, porque deveríamos nos vestir de panos de trapos (símbolo bíblico de humilhação) e nos prostramos diante de Sua Majestade. Pois o mais ‘justo’ dos homens tem o pecado maculando ‘sua’ justiça.

Não temos direito, como alguns pregadores pretendem. As pregações dizendo que temos que reivindicar as bênçãos, usar a fé, professar de forma positiva não falando palavras de derrota, entre outras; não passam pelo crivo da análise bíblica, embora aludam para alguns versículos; eles desprezam a essência das Escrituras Sagradas.

E este é um dos motivos de “Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade. Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as pratica será comparado a um homem prudente; (...) E todo aquele que ouve estas minhas palavras e não as pratica será comparado a um homem insensato (...)” Mt 7.22-24,26

Portanto, sejamos como o publicano; e seremos justificados e exaltados pelo Senhor da justiça.


Vagner Oliveira

Pecadores nas Mãos de Um Deus Irado - Jonathan Edwards - Sermão Completo